Escleroterapia: O que é e como se trata?
A presença de varizes e vasinhos nas pernas é uma situação comum, principalmente entre as mulheres. Para tratar e eliminar essas veias doentes, afetadas pela má circulação sanguínea, uma opção é a escleroterapia. Além de causar prejuízos estéticos e interferir na aparência das pernas, os vasinhos e as varizes causam sintomas incômodos, e são porta de entrada para complicações mais graves, como trombose e embolia pulmonar. Veja a seguir todos os detalhes a respeito da escleroterapia.
O que é a escleroterapia?
Escleroterapia é uma intervenção médica, realizada exclusivamente por um cirurgião vascular ou por um angiologista, para a eliminação ou diminuição de vasos e varizes de pequeno calibre que surgem na região das pernas.
A técnica também pode ser aplicada em outras regiões do corpo, como o rosto, por exemplo. Normalmente, é indicada para o tratamento de vasos mais finos, porém dilatados, também chamados de telangiectasias ou teias de aranha.
A escleroterapia é considerada um procedimento invasivo, deve ser realizado em ambiente hospitalar e apenas por um profissional especialista.
Como funciona?
Na escleroterapia, uma substância esclerosante é injetada dentro da veia doente, causando o endurecimento da parede e, por fim, o seu ressecamento total. Após algumas sessões e aplicações, todo o vaso é tratado e a veia danificada é eliminada.
Dessa forma, é uma técnica que tem o objetivo de amenizar a aparência estética dos vasos na pele, além de reduzir, ou até mesmo eliminar, os diversos incômodos causados pelas varizes.
Existem três tipos de escleroterapia:
Escleroterapia com glicose
Nessa modalidade, a substância esclerosante aplicada na veia doente é a glicose hipertônica. Esse tipo de procedimento é indicado para veias mais finas, de até 2 mm de espessura.
A glicose é uma substância natural, bem recebida e absorvida pelo organismo. Portanto, não causa irritação e nenhum tipo de alergia ao indivíduo. Contudo, deve ser ministrada com cautela em pacientes portadores de diabetes sob risco de elevar a quantidade de açúcar no sangue.
O número de aplicações depende da quantidade de vasinhos que o paciente possui. As sessões devem seguir um intervalo mínimo de 7 dias entre uma e outra.
Escleroterapia com espuma
Nesse tipo de escleroterapia, a substância esclerosante utilizada é a espuma de polidocanol. É indicada para tratar vasos dilatados maiores.
Em algumas pessoas, o polidocanol pode causar reações alérgicas, não sendo o seu uso recomendado para idosos, gestantes e pessoas que já sofreram com embolia pulmonar.
O intervalo das aplicações também deve seguir um prazo mínimo de 7 dias entre uma sessão e outra, e a quantidade de intervenções depende da quantidade de vasos ou varizes a serem tratados.
Além disso, para vasos maiores talvez seja necessário fazer mais de uma aplicação em um único vaso até que ele seque de vez e o objetivo da escleroterapia seja alcançado.
Escleroterapia com laser
Por fim, temos a terceira modalidade da escleroterapia que conta com a ajuda do laser para fazer o ressecamento da veia afetada e fazer com que o sangue siga em outra direção.
Diferente das versões anteriores, a escleroterapia com laser não faz aplicação de nenhuma substância. A veia doente é tratada mediante o uso de um feixe luminoso cuja alta temperatura desvia o sangue para outra veia e resseca o vaso danificado.
A escleroterapia a laser pode ser usada em conjunto com as outras técnicas, glicose e espuma, para um resultado mais completo e efetivo.
Qual tipo de escleroterapia é melhor? Bom, a resposta para essa pergunta depende de inúmeros fatores. Quem deve fazer essa escolha é o médico cirurgião vascular que acompanha o paciente e conhece todas as suas limitações e necessidades.
Para quem é indicada?
De uma maneira geral, a escleroterapia é indicada para qualquer pessoa que sofra com os efeitos estéticos e desconfortos físicos causados pelas varizes e pelos vasinhos. O público feminino é o que mais se encaixa nesse perfil.
Lembramos que as varizes são doenças venosas crônicas, que acompanham o indivíduo ao longo de sua vida, causando uma série de incômodos. Além disso, podem evoluir para doenças ainda mais graves.
A escleroterapia é mais indicada para tratar veias de calibre menores, de até 2 mm. Varizes , que sai feitas maiores que 3 mm, devem ser estudadas e avaliadas pelo médico especialista, que pensará em uma alternativa igualmente eficaz.
Outro alerta que vale a pena ser feito é em relação às características de cada paciente. Idosos, gestantes, diabéticos, pessoas que sofrem ou já sofreram com embolia pulmonar, com potencial alérgico ou que possuam alguma condição específica de saúde devem deixar isso claro para evitar possíveis riscos e complicações.
Quais os benefícios da escleroterapia?
A principal vantagem da escleroterapia é a eliminação das varizes e dos vasinhos, tão temidos e indesejados pelos pacientes. Como consequência, podemos listar também o alívio dos sintomas, por muitas vezes definidos como a pior parte da doença. Assim, os benefícios da escleroterapia são:
• Tratamento e eliminação das varizes e dos vasinhos;
• Pernas mais bonitas e livre de veias aparentes;
• Eliminação do cansaço, da dor e do inchaço, sintomas típicos das varizes;
• Menor risco de sofrer com as complicações causadas pela má circulação sanguínea;
• Recuperação rápida;
• Resultados visíveis dentro de um mês após o procedimento;
• Técnica minimamente invasiva e com excelente custo-benefício;
• Procedimento não demorado, realizado com aparelhos modernos e com toda a segurança hospitalar.
Efeitos colaterais e recuperação após a escleroterapia
A escleroterapia é uma intervenção médica considerada invasiva, apesar de ter uma execução simples. Logo, ela pode causar alguns incômodos no paciente, como inchaço, dor durante e após a aplicação da substância esclerosante ou calor devido ao uso do laser.
Contudo, são desconfortos facilmente suportáveis e bem administrados pela equipe que está a frente do procedimento. Com técnicas cada dia mais modernas, o alívio da dor e de qualquer outra irritação é seguramente alcançado.
Outro efeito colateral da escleroterapia é o hematoma, também muito comum após a injeção da substância na região afetada. Portanto, é natural que surjam manchas roxas na pele alguns dias após o procedimento. Dentro de algumas semanas, a pele volta à sua coloração normal.
Já para acelerar a recuperação, as recomendações são:
• Uso de meias compressivas, que ajudam a estimular a circulação sanguínea;
• Evitar tomar sol enquanto as manchas roxas persistirem;
• Evitar a prática de atividade física muito exaustiva;
• Evitar procedimentos depilatórios;
• Evitar ficar muito tempo em pé ou muito tempo sentada.
A escleroterapia é uma das técnicas mais indicadas quando o assunto é tratamento de varizes e vasinhos. Oferece excelentes resultados e pouquíssimo desconforto, garantindo um ótimo custo-benefício para o paciente. Para saber mais, procure o seu cirurgião vascular e tire suas dúvidas.
DRA. QUISY STORTI
MÉDICA CIRURGIÃ VASCULAR E ANGIOLOGISTA
CRM 139408 RQE 75884
Graduada em medicina pela Faculdade de Medicina de Marília, fez residência em Cirurgia Geral no Hospital Heliópolis, residência em Cirurgia Vascular no Hospital Tatuapé.
Possui pós graduação em Laser, Cosmiatria e procedimentos estéticos no Hospital Albert Einstein e Fellow de ultrassonografia com Doppler na clínica Angiodiagnótico.
Atualmente, atende no Espaço Médico Descomplicado e também na Clínica Natuee no bairro Itaim Bibi , realizando tratamento e acompanhamento de todas as doenças vasculares, assim como, tratamento de varizes e vasinhos